Dois policiais militares foram denunciados pela morte da confeiteira Fabiana Matos Rodrigues, de 23 anos. A jovem foi morta a tiros dentro do carro que dirigia ao lado de uma prima adolescente e do filho, que tinha 6 anos de idade. O caso aconteceu em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, em outubro de 2020.
De acordo com a denúncia feita pelo promotor Mário Henrique Cardoso Caixeta, os dois PMs devem responder pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio, ambos com agravante de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
O G1 tentou contato nesta manhã, por telefone, com o advogado José Patrício Júnior, que representa os denunciados Alcir Da Silva Lima e Ricardo De Jesus Souza, mas sem sucesso.
A reportagem também pediu um posicionamento sobre a denúncia à Polícia Militar e aguarda retorno.
Além de denunciar os policiais, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) faz ainda pedidos para complementar o processo:
Um depoimento especial do filho da confeiteira, que presenciou o fato;
Dados do atendimento médico à prima da vítima, que foi baleada e socorrida;
Reconstituição do crime, laudos das armas e disparos e exames da droga que foi encontrada com a vítima.
A denúncia e os requerimentos foram feitos no último dia 18 de dezembro, logo antes do recesso de final de ano do Tribunal de Justiça. Até as 10h desta segunda-feira (4), o processo não havia sido analisado por nenhum juiz.
Investigações
De acordo com os relatos policiais, Fabiana havia pego cerca de 5 kg de droga com uma pessoa desconhecida na noite do dia 8 de outubro e seguiu para entregá-la ao comprador da substância. Ela estava acompanhada do filho, no banco de trás, e da prima, no assento do passageiro.
Os registros apontam que os policiais militares acompanharam o carro que a vítima dirigia, emparelharam os veículos e atiraram. Neste momento, Fabiana teria parado o carro e gritado para avisar que havia uma criança no veículo, mas os PMs teriam continuado atirando.
Os policiais relataram que foram recebidos a tiros e por isso dispararam contra o carro em que estavam Fabiana, a prima e o filho. A criança não foi ferida e a adolescente chegou a ser baleada, mas sobreviveu e ficou com parte dos movimentos de uma mão comprometidos.
A família ficou indignada com o que aconteceu e pede por justiça. À época, mãe de Fabiana, Márcia Matos protestou contra a atitude dos policiais diante do fato: "Se estivesse errada, que prendesse, não matasse".
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