A dona do salão de beleza onde Karine de Oliveira Souza, de 34 anos, passou mal após uma reação alérgica ao pintar o cabelo, disse à Polícia Civil que a cliente levou a própria tinta, de uma marca importada, para fazer o procedimento em Catalão, no sudeste de Goiás. A embalagem do produto foi entregue aos investigadores.
Karine foi ao salão para pintar o cabelo na última quarta-feira (10), quando passou mal, foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada à Santa Casa de Catalão. Três dias depois, a morte cerebral foi confirmada.
A cabeleireira prestou depoimento na segunda-feira (15). De acordo com a delegada Luiza Veneranda, responsável pela investigação, a dona do salão também contou que não havia sido informada pela cliente que ela tinha alergia ao produto.
“A partir desse depoimento, nós conseguimos levantar que a vítima chegou no salão com a tinta de cabelo, de origem estrangeira, e que a vítima não informou para a dona do salão que ela possuía reações alérgicas a determinados produtos”, disse Luiza.
O G1 tentou contato com a dona do salão, às 9h24 desta terça-feira (16), mas as mensagens não foram respondidas até a última atualização desta reportagem.
O nome e a marca da tinta levada por Karine ao salão de beleza não foram informados pela Polícia Civil. Por isso, o G1 não conseguiu verificar se o produto possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Histórico de reação alérgica
Ainda na segunda-feira, a auxiliar administrativa Thais da Costa Tomé, de 30 anos, também prestou depoimento e afirmou que a amiga já havia passado mal ao usar tinta no cabelo.
“Descobrimos que a vítima possuía uma forte reação no couro cabeludo e que ela não podia realizar determinados procedimentos, entre eles, tintura de cabelo. Inclusive, ela já havia passado mal por isso em outros momentos”, afirmou a delegada.
De acordo com a delegada, todos os indícios indicam que a morte de Karine foi realmente provocada por uma forte reação alérgica à tinta de cabelo, mas o resultado do laudo que confirma a causa da morte só deverá ficar pronto nos próximos dias.
O corpo de Karine de Oliveira Souza foi enterrado na segunda-feira, em Araguari, Minas Gerais, onde o irmão dela mora, a 78 km de Catalão.
Reação alérgica grave
De acordo com a médica alergista Lorena de Castro Diniz, apesar de não ser comum, é possível que uma alergia a um determinado produto químico provoque um choque anafilático: “A reação mais comum é a dermatite de contato, que costuma desenvolver até 48h após a aplicação do produto, mas eventos anafiláticos podem ocorrer imediatamente".
"Toda substância química é passível de reações, ainda mais se ela já tinha uma histórico de reação imediata ao produto”, afirma a médica.
Segundo a especialista, a asma é um fator que aumenta o risco de um choque anafilático. “É um fator de risco, porque a pessoa já tem o pulmão um pouco mais afetado. É um órgão nobre que pode ser uma doença que o paciente tem uma hiperresponsividade”, diz.
Karine de Oliveira Souza teve choque anafilático após pintar o cabelo e foi levada para a UTI em Catalão, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
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